Inflação

A inflação é o aumento contínuo de preços de bens, produtos e serviços em uma determinada região durante um período. Ao mesmo tempo em que os produtos se tornam mais caros, o poder de compra da moeda nacional diminui. Por exemplo: em um país com inflação de 1% ao mês, um trabalhador compra uma cesta de produtos em determinado mês e paga R$ 100. No mês seguinte, para comprar a mesma cesta, ele vai precisar de R$ 101. E assim sucessivamente. Caso a inflação se mantenha a mesma, depois de um ano o valor da cesta chegará a R$ 112,68 (12,68% de inflação). Como o salário deste trabalhador não é reajustado mensalmente, o poder de compra diminuirá paulatinamente. Isso significa que, após este ano de 1% de inflação ao mês, com os mesmos R$ 100 o trabalhador conseguirá comprar somente 88,75% da cesta. Além de corroer o salário, a inflação elevada também encarece os produtos nacionais, aumenta a demanda por importações e reduz as exportações, desequilibrando toda a balança comercial de um País. Para evitar uma crise econômica, governos são obrigados a adotar medidas para desvalorizar a moeda e, assim, frear as importações. Esta decisão, entretanto, faz com que produtos importados essenciais – como petróleo, fertilizantes, equipamentos sem similar nacional – fiquem mais caros, aumentando o custo de produção de setores que dependem desses itens. Tudo isso provoca nova elevação de preços, entrando em um círculo vicioso que só termina com a queda real da inflação. Hiperinflação e estabilidade As décadas de 1960 e 1970 simbolizam o início do desequilíbrio econômico no Brasil. Naquele período, os índices de inflação chegavam a aproximadamente 40% ao ano. Pouco mais adiante, a década de 1980 foi marcada pela conjunção de dois fatores: forte retração na taxa de expansão econômica e significativo aumento da inflação. A média anual, por exemplo, subiu para 330% e, entre 1990 e 1994, para 764%. Foram pelo menos 15 anos de hiperinflação. Supermercados e comércio em geral remarcavam diariamente os preços dos produtos, que sumiam rapidamente das prateleiras e das vitrines, já que a população estocava alimentos por temer as sucessivas altas. Esse quadro caótico se estendeu até a primeira metade dos anos 1990, forçando os governos daquele período a adotarem sete planos de estabilização econômica em menos de dez anos. Foi apenas a partir de 1994, com a criação do Plano Real, que o País deu os primeiros passos rumo à estabilidade econômica. Era o fim da correção monetária, do congelamento de preços e da inflação acima de dois dígitos. A partir de 1999, o Brasil adota metas para a inflação. Por esse regime, o Banco Central atua para garantir que a inflação esteja dentro de um patamar máximo pré-estabelecido. E o instrumento mais importante utilizado pelo BC para atingir esse objetivo é definir a taxa básica de juros da economia, a Selic. As metas têm como marco de referência a taxa oficial de inflação – o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) –, calculada pelo IBGE. Assim, o governo estabelece alvos anuais para a inflação e as divulga, cabendo ao Banco Central executar as políticas necessárias para cumprimento das metas fixadas. Cálculo da inflação Desde 2012, o IBGE retirou da conta do IPCA a fralda de pano, a máquina de costura e outros 48 itens que não vão pesar mais na inflação. Por outro lado, acrescentou 32, como salmão, morango, chuveiro elétrico e o telefone com Internet. O instituto promove esse tipo de mudança para adequar o cálculo aos novos hábitos de consumo dos brasileiros. O Brasil conta com diferentes índices que medem a inflação. Os principais são o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial que abrange as famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, que abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 6 salários mínimos). Ambos são medidos pelo IBGE. Há ainda o Índice Geral de Preços (IGP) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Fonte: http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/mercado-financeiro/inflacao

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